Não sabe o que é escrita criativa? Vamos te explicar.
Foi-se o tempo em que os textos tinham um caráter erudito, rebuscado, com tom de “ei, você só vai me entender com um dicionário do lado”. Hoje, com a comunicação rápida e espontânea trazida pelo mundo digital (e as gerações que cresceram mergulhadas neste mundo), a escrita deixou seu lugar junto às castas de renomados escritores e vestiu de vez seus trajes informais, humanizando a comunicação.
Logicamente, a escrita culta ainda tem seu espaço, seja em livros de literatura clássica, seja no meio acadêmico e diante de figuras de autoridade. Mas, no cotidiano, onde as regras são mais maleáveis, a linguagem culta é totalmente dispensável, permitindo que o texto seja mais criativo, menos engessado, mais espontâneo, menos robótico.
Isso muda tudo na forma em que nos comunicamos.
A escrita criativa e o tempo.
Com a Revolução Industrial (1760 a 1840), criou-se processos de manufatura que tratavam cada pessoa como apenas mais uma engrenagem em uma grande máquina. A comunicação entre empresa e público, empresa e empregados, neste período era objetiva, automática, intrusiva.
Com a chegada da Revolução Digital, as pessoas ganharam voz, espaço, rosto. Com maior autoridade e autonomia, aqueles que no passado eram tratados como peças descartáveis em um jogo de tabuleiro, passaram a serem as donas do jogo.
Que sentido há nisso?
A exemplo de um texto criativo publicitário, o que você pensa ao ler um texto como este?
“A fadiga dos viajantes é deliciosamente aliviada por um copo de Coca-Cola. Depois de uma viagem quente e cansativa não há nada que te refresque mais, ou que fortaleça suas faculdades para as delícias de passear e viajar. Vendido em todos os estabelecimentos, em garrafa, por 5 centavos.”
Este era o típico material publicitário utilizado nas campanhas da Coca-Cola quando ela ainda era um grilo no mercado; antes de ser uma das maiores empresas da história. O texto praticamente empurra a bebida na cara do leitor; e possível comprador. É um texto intrusivo, sintético e não humaniza a relação entre empresa e cliente, apenas diz: “Esse é meu produto, aqui é onde pode encontra-lo. Me dê seu dinheiro.”
A empresa evoluiu muito — como não poderia deixar de ser —, e hoje usa a criatividade para criar textos (publicitários) como este abaixo.
O público — a pessoa que lê, escuta, responde e pergunta — não tem mais interesse em se comunicar com uma máquina, porque ele, evidentemente, não é uma. Por mais óbvio que isso pareça, por muito tempo as relações entre criador e recepção, chefe e empregado, vendedor e cliente, escritor e leitor foi uma interação do tipo:
“Bip, bop, bup. Compre isso. Bip, bop. O que você deseja?” (faça voz de robô pra ler isso).
Quando falamos de escrita criativa, como você pode ver, estamos tratando de comunicação. Em um mundo impessoal, onde as interações entre as pessoas ocorrem de maneira original e espontânea, não há mais espaços para textos sintéticos que têm o único propósito derramar informação e vender um serviço ou um produto.
Hoje, uma comunicação eficiente se faz com conexão e empatia, e é neste contexto que entra a escrita criativa.
A escrita existe para comunicar, a criatividade para inovar.
Como já falamos, a escrita é uma ferramenta de comunicação, e uma comunicação eficiente nos dias de hoje não ocorre mais de maneira robotizada como nos tempos da tevê com Bombril na antena. Os atendentes de telemarketing hoje, por exemplo, são treinados e instruídos a atender cada cliente de uma maneira única. Cada caso é um caso. Não há mais necessidade de formalidades.
É assim também no texto.
Um texto criativo utiliza de figuras de linguagem, como metáforas e eufemismo, referências populares, histórias e todas as ferramentas que conseguir — e precisar — para criar conexão com o leitor e facilitar a comunicação de sua ideia.
Desta maneira ele consegue criar uma relação humanizada, empática, amigável e lúdica. Assim ele conquista, instiga, puxa o leitor pelo umbigo.
“Então 1 txt criativo pd sê iscrito axim?”
Não, um texto criativo não pode ferir os olhos de ninguém. A escrita criativa não é o mesmo que escrita errada, ela ainda se mantém dentro de todas as regras do bom português e nem usa a criatividade como pretexto para ofender, denegrir ou cometer erros ortográficos.
A diferença entre um texto culto e um criativo, resumindo, é que diferente do texto formal, que veste terno e gravata, ou do texto militar, que traja farda e botina, o texto criativo veste calça jeans, camiseta e meias soquete.
E aí, entendeu o que é um texto criativo? Continue acompanhando nosso blog, ainda vamos falar muito deste assunto.
Caso não aguente esperar, pode ler sobre como escrever de forma mais criativa, clicando aqui, ou descobrir o que é um artigo, clicando neste outro link.